Família

A Importância do Pai na Vida dos Filhos – Uma Reflexão Profunda

Tempos atrás, assisti a um filme baseado em uma história verdadeira que retrata a deportação irresponsável de crianças para a Austrália, que cresceram sem a presença dos pais. Essa situação gerou uma geração de homens e mulheres com diversos problemas emocionais e até existenciais. A ausência dos pais resulta em sérios efeitos na formação da personalidade, criando indivíduos traumatizados, inseguros e temerosos. Sem a proteção emocional, física e espiritual de suas famílias, essas crianças se tornaram vulneráveis.

Quando a estrutura familiar, estabelecida por Deus, é desorganizada, as consequências são devastadoras: caos emocional, familiar e espiritual. Um ambiente familiar saudável é crucial para o desenvolvimento correto de uma criança.

Vejamos hoje a importância da figura paterna e, para isso, meditaremos em três textos:

      • Provérbios 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!”

      • Gálatas 4.19: “Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.”

      • Romanos 8.15: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pai.”

    Na Bíblia, o homem é apresentado como o cabeça da esposa e, consequentemente, portador da autoridade no lar, ocupando a posição de dirigente e orientador. Essa liderança implica responsabilidades que devem ser exercidas de maneira firme e sábia. A autoridade que o homem exerce em sua família não é algo que lhe pertence por direito; é uma confiança divina.

    Portanto, é importante reconhecer que a Bíblia nos apresenta algumas características da paternidade sob três perspectivas:

     

        1. O Pai Fisiológico – Provérbios 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!”

      O pai fisiológico é aquele que gera, o pai de sangue. Ele tem a responsabilidade de ensinar seus filhos, uma palavra que em hebraico significa treinar e dedicar. O “caminho” se refere à jornada que cada um deve percorrer. Este provérbio nos alerta sobre a importância da criação e da formação dos filhos, não apenas no temor de Deus, mas também na construção de bons hábitos. A tradução de A Mensagem oferece uma perspectiva interessante: “Mostre a direção da vida e, mesmo quando forem velhos, eles não se perderão.”

      A psicologia do desenvolvimento humano divide as fases do crescimento da seguinte forma:

          • Período Pré-Natal: O desenvolvimento genético começa no ventre, e o bebê já reage a estímulos como a voz da mãe.

          • Primeira Infância: Do nascimento até os 3 anos, os sentidos se desenvolvem, e a criança cria vínculos afetivos.

          • Segunda Infância: Dos 3 aos 6 anos, o pensamento é egocêntrico, e a criança começa a entender seu lugar no mundo.

          • Terceira Infância: Entre 6 e 11 anos, a criança começa a se abrir a influências externas, e sua autoestima pode ser moldada.

          • Adolescência: Dos 12 aos 18 anos, a busca pela identidade se intensifica.

          • Vida Adulta: De 20 a 40 anos, o foco é o auto sustento.

          • Vida Adulta Intermediária: Entre 40 e 65 anos, ocorrem mudanças físicas e mentais.

          • Vida Adulta Tardia: A partir dos 65 anos, a busca por significado se torna essencial.

        Entender essas fases é crucial para que os pais prestem atenção especial a seus filhos, especialmente até a adolescência. Desde cedo, os pais devem ensinar o temor do Senhor, como vimos na vida de Daniel, Azarias, Ananias e Misael, que, mesmo longe de casa, mantiveram essa reverência.

         

            1. O Pai EspiritualGálatas 4.19: “Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.”
              Essa figura paterna pode ser vivenciada por qualquer membro da Igreja, referindo-se à adoção do outro como filho na fé e exigindo acompanhamento próximo e edificante.

          Este texto destaca alguns aspectos do acompanhamento espiritual:

              • Formação do caráter: “Sofro dores de parto” implica dedicação e esforço.

              • Constância: A necessidade de continuidade é reforçada por “de novo”.

              • Ensino do caminho: A orientação e direcionamento requerem proximidade, como Paulo fez, mesmo à distância, intercedendo por seus filhos na fé.

              • Objetivo do ensino: “Cristo ser formado em vós”, uma vida refletindo o caráter de Cristo.

            O pai espiritual se coloca ao lado de seus filhos, orientando, exortando e corrigindo, sempre presente em suas vidas.

             

                1. O Pai Celestial – Romanos 8.15: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pai.”

              Se você não teve um pai fisiológico ou espiritual próximo, saiba que, ao conhecer Jesus de verdade e entregar sua vida a Ele, você recebe o Espírito Santo e se torna parte da família de Deus.

              Paulo enfatiza que não somos todos filhos de Deus, mas apenas aqueles guiados por Seu Espírito. Ao entregar sua vida a Jesus, você é incluído na família de Deus e pode chamar Deus de Pai.

              O Espírito que recebemos é um espírito de adoção, que nos faz íntimos de Deus, como comprovado pela expressão “Abba”. O pastor Hernandes Dias Lopes nos ensina que a paternidade de Deus é real e experimental; o Espírito Santo nos guia pelo caminho da obediência e nos leva a agir como verdadeiros filhos de Deus.

              William Barclay explica que a adoção envolve uma transferência de poder, onde o adotado perde os direitos da antiga família e ganha os da nova. Isso significa que, em Cristo, somos filhos legítimos, com todas as promessas e heranças associadas a essa relação.

              Como Deus é identificado no Antigo Testamento como Pai de Israel e Jesus o chamava de Abba (Marcos 14.36), nós também temos esse acesso através de Cristo. Em Romanos 8, Paulo evidencia nossa adoção como filhos por meio de Jesus.

              Assim como Jesus pode nos chamar de Abba, também podemos nos dirigir a Deus dessa maneira, recebendo o amor do Pai Celestial. Fora de Cristo, somos considerados “filhos da ira” (Efésios 2.3), mas por meio Dele, somos filhos de Deus.

               

              Conclusão


              Nesta noite, refletimos sobre três características da paternidade descritas na Palavra de Deus: o pai fisiológico, que possui responsabilidades na criação; o pai espiritual, que contribui para a formação do caráter de Cristo; e o Pai Celestial, que nos outorga a adoção como filhos, permitindo-nos chamá-lo de “papaizinho querido”. Se ao longo de sua vida você sentiu a falta de um pai biológico ou espiritual, saiba que Deus deseja chamá-lo de filho. Essa oportunidade é sua hoje, de ter um pai que cuida de você e oferece uma morada eterna ao seu lado. Aproveite esse convite de amor e acolhimento, porque, em Cristo, você é parte da família de Deus.

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